26 de março de 2009

Tio [quem dera músico] babão.

Quando ele ainda estava na barriga de sua mãe, eu cantava “Fico assim sem você” encostado ali, às vezes sentindo um chute.
Eu realmente contava as horas pra que ele chegasse.

Ele já cresceu um bocado! E é muito arteiro, muito bravo, tanto quando lindo, esse meu sobrinho.

Já não sei o que cantar pra ele.
Pensei em alguma coisa do Balão Mágico, mas ele vai ficar fora do contexto e ainda pode me chamar de velho quando lhe explicar a origem daquela música sobre a galinha magricela.

Eu posso cantar um das musiquinhas do Patati e do Patatá, que ele gosta! Lembro até a coreografia do “Chuveiro/chuveiro/não faz assim comigo”. Ele pode rir! E me chamar de palhaço. humpf.

A Arca de Noé! Toquinho e Vinícius, que é pra ele crescer com um gosto musical bacana!

Se bem que nenhuma me parece tão eficaz e tão sincera como aquela lá dos seus primeiros meses!
Espero que ele reconheça:

"Tô louco pra te ver chegar, tô louco pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço que falta no meu coração.
Eu não existo longe de você
E a solidão, é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo..."


23 de março de 2009

Harry Potter.

Acabei de terminar o último livro do Harry Potter.
Não precisa fazer essa cara... É verdade!

Tudo bem, eu concordo, eu poderia estar aproveitando (adoro gerúndio!) o tempo lendo um outro best seller ou outro título nacional importante, já que li poucos.

Mas eu encanei: se todo mundo, de adolescentes a adultos, lê e gosta, é porque alguma coisa existe. O livro deve ser mágico (não resisti! rs) ou alguma coisa assim. E só lendo pra descobrir.

E já no primeiro livro, comecei a sacar: a história é boa. A trama é tão envolvente que não dá pra parar de ler! Mesmo aquelas coisas muito infantis, como as senhas para entrar no escritório do diretor Dumbledore, ou os exageros (é tudo magia!) são aceitáveis e até passam despercebidos.

A história do garoto que venceu Aquele-que-não-deve-ser-nomeado (Lorde Voldemort para os que ousarem pronunciar seu nome) ainda bebê, da cicatriz em forma de raio na testa, dos olhos verdes como os da mãe e o cabelos desarrumados como os do pai, fala de coragem, da luta do bem contra o mal, da importância de se ter amor, de confiança e amizade.
Harry, Rony e Hermione arriscam suas vidas para salvar a do outro, escolhem correr perigos pelo outro.

No mínimo, eu precisava descobrir qual era a do Severo Snape, professor de Poções que implicava com Harry, mas ao mesmo tempo, o defendia quando estava em perigo. (E tem o detalhe divertidíssimo: a autora disse que sempre imaginou Dumbledore gay! haha Eu tinha que descobrir quem era o namoradinho dele.)
Eu gostaria de conversar com a autora um dia, ver os esquemas e anotações da trama.
É, porque com certeza ela deve ter um esquema, tipo árvore genealógica, pra não se perder entre tantos personagens, fantasmas e animais mágicos.
Aí eu perguntaria, na maior cara de pau mesmo, qual a poção que ela toma pra tanta criatividade!
Essa ela não citou em nenhum dos livros!

22 de março de 2009

Cantada.

_Qual é o seu nome?
_Rafael.
_Rafael é nome de anjo, né?!
_É.
_O meu é "L". Sabe o que isso significa?
_Não.
_"L" é nome de anjo também! E quando dois anjos se encontram, o que a gente faz?
_ ... (com cara de lâmpada) Nada!

Eu adoraria saber de onde surge a coragem para alguém dizer isso pra outra pessoa.
Álcool? Cara de pau? Falta de criatividade?

Eu sou consideravelmente tímido (sim, é possível!) neste contexto paquera/xaveco/cantadas. Nunca sei o que dizer, se estou interpretando de maneira perspicaz certos olhares repetitivos, se espero ou tomo alguma iniciativa. Seja por não saber o que falar ou pelo medo de um fora, prefiro ficar na minha. Se pudesse, chegava já beijando, pondo pra quebrar, mas essa atitude nem sempre é receptiva.

Entre a possibilidade de dizer a coisa errada e não beijar, eu escolho não beijar! Além de não assumir o papel de babaca ridículo, não vou dar a ninguém o prazer de rirem do que eu disse (a gente sempre conta a cantada pra turma toda rir de quem a mandou, né?!).

É pra não correr o risco deste desafino que prefiro cantar canções, não pessoas.
Quem sabe cantar PARA pessoas.

3 de março de 2009

Pra cantar Parabéns pra ele.

Ele não gosta muito do Milton Nascimento, acho. Aliás, nossos gostos são bem distintos, principalmente pra música.
Talvez já tenhamos sido preto e branco, arroz e feijão, mocinho e bandido, sabe? Extremos, mas assim, um do lado do outro, combina pra caramba!

Ele vai à academia e à natação; eu ao Conservatório.
Gosta de revistas; eu de livros.
Prefere vinho seco; eu prefiro o suave.

Ele acha ridículo alguém correr pra pegar um ônibus; se eu não correr acabo ficando pra trás.
Ele não gosta de karaokê; eu canto todas.
Odeia rodinhas de violão; eu continuo cantando todas!

Ele gosta do Limão Classic com o suco azedinho de limão no fim da taça, pra contrastar com o leite condensado ao chegar na boca; eu peço pra bater tudo junto.

Ele procurava o sapato impecável pra usar com o smoking na formatura; eu criava coragem pra ir de tênis tipo All Star.

Ele se sente com cara de doente quando sua pouca barba contorna seu sorriso; posso ficar um mês barbudo me sentindo o cara conceitualmente despojado.

Ele dorme com três travesseiros, celular, relógio e a garrafinha de água organizados ao seu lado; durmo com a luz acesa, torto no travesseiro e com o livro caído com as páginas amassadas ao meu lado.

Não sei se sou o mais carente ou se ele é que disfarça melhor.
Não sei quem se detestou mais ao primeiro contato visual, mas o primeiro a tentar uma conversa fui eu, mesmo que o início tenha sido de mau gosto.
Mas o que importa é que começou. E se imaginasse um décimo sequer de tudo o que eu viveria depois daquele “Oi, garoto propaganda Disritmia!”, teria sido mais gentil ao menos pra amenizar a primeira impressão, que não foi a que ficou.

Tudo o que eu disser, por mais criativo que seja, não vai ser novidade. Pra ele não.
Então é melhor parar de tentar e já dizer logo, mais uma vez:

Maninho!
Obrigado pelo presente que é sua família, por dançar Sarah Jane pra me fazer rir, por desculpar quando durmo e te deixo falando sozinho ou fico rindo durante o sono atrapalhando você dormir. Amo você!

E já que comecei com Milton, vou terminar com ele:

"Que bom, amigo!
Poder saber outra vez que estás comigo
Dizer com certeza outra vez a palavra amigo
Se bem que isso nunca deixou de ser...
Que bom, amigo!
Poder dizer o teu nome a toda hora, a toda gente
Sentir que tu sabes que estou pro que der contigo
Se bem que isso nunca deixou de ser.

Que bom, amigo!
Saber que na minha porta, a qualquer hora
Uma daquelas pessoas que a gente espera que chega trazendo a vida
Será você, sem preocupação..."

(Que bom amigo - Milton Nascimento)

1 de março de 2009

Luiz Gustavo.

Do portão ouvi o choro. Um choro chatinho, de manha.
Entrei em casa, fui para o quarto, e ele lá: dando um showzinho pra trocar de roupa.

Ah, Sr. Gustavo! Você anda meio enjoadinho! Não precisa fazer tanta birra, não!

Minha cunhada me disse que assim que entraram no meu quarto, ele viu meu edredom e falou: “Pei! Pei!” (é assim que ele chama os padrinhos!). Imaginem o que isso significa pra um tio babão como eu!

A nova “gracinha” dele: olhar na cara da gente e dizer: “Não pode rir não, rãããa!” e fazer cara feia, com testinha franzida e beicinho! Fez isso pra atendente de uma loja que tentava agradá-lo enquanto ele fazia birra no colo da mãe.
Coisa mais linda!

E me chamou de “Fafá” uma vez, enquanto eu brincava com ele, morrendo de vontade de lhe dar uma mordida, mas me contentando com beijos nas suas costas e nos braços (ele estava inquieto, quase bravo querendo sair do meu abraço, mas era pra fazer charme).

Ele vai estar sempre aqui, vou lhe cantar muitas músicas.
Até ele crescer e poder me acompanhar com sua bateria.

É. Ele vai ser músico.