24 de fevereiro de 2009

Quem dera eu fosse um músico.

Eu tinha pedras.
Pedras, flores e espinhos.
Pedras que nunca atirava e espinhos que se tornaram mais importantes que o perfume das flores.
E foi por isso que desisti. Não dá pra se ter só drama e dor na vida!

Demorei pra encontrar um novo lugar pra chamar de meu. Um novo nome que quisera criativo e inteligente... E nada além de tentativas frustradas, crises de criatividade que só mostravam opções superficiais e sem nexo.

Hoje é carnaval. Estava no trabalho durante a tarde, levemente entediado enquanto a folia acontecia, sem mim, bem ali perto (tudo bem, eu nem gosto de carnaval mesmo...) quando, revendo uns arquivos, encontrei textos do Leminski. E adoro Leminski. Nada pode ser mais eficaz contra seu mau humor e sua vontade de estar em outro lugar quanto Leminski!

E foi aí que encontrei. A luz no fim do túnel. A cura pra todo mal. O insight resultante do brainstorm.
Era tão claro! Como é que eu não pensei nisso antes?
Quem dera eu fosse um músico!
Pra ter a sensibilidade que só músicos tem sobre todas as coisas!
Pra cantar o sol, o trabalho, os carros na rua, amor e dor com beleza igual!
E cantar com a voz do Milton.

Quem dera eu fosse um músico e tão poeta quanto o Chico.
Quem dera pudesse fazer um samba à tarde e dormir mais calmo depois de tê-lo bossa nova.
Quem dera criar declarações e temas de amor, tornar-me cúmplice de romances, inspirar beijos e afetos.

Quem dera eu fosse um músico e o fosse agora, hoje!
Que o fosse bem rápido, pois tenho pressa e meu coração arde para que a vida me venha assim: melódica, harmônica, cheia de ritmos e timbres afinados.

4 comentários:

Rosana Tibúrcio disse...

Tem, eu não consigo comentar nessa joça

Rosana Tibúrcio disse...

hahahaha
Eu comentei, mas que verde mais gay!!

Jorge, FLÁVIA disse...

'e cantar com a voz do Milton'

puta que pariu Rafael.

já me expressei, pronto! rs

ah, te amo.

Laura Reis disse...

tipo, achei só hoje.
comoassim?